O coração é um músculo ocioso. Difere de todos
os outros músculos. Quantos movimentos de empurrar e levantar
você consegue fazer até que os músculos de seus braços e
de seu estômago fiquem tão cansados que você é obrigado
a parar? Mas o músculo do coração continuará trabalhando
enquanto você viver. Não se cansa porque tem uma
fase de descanso embutida em cada batida. Nosso coração físico
trabalha com folga. E se falamos de coração num sentido
mais amplo, bem no meio dele encontra-se implícito o
conceito de descanso como propiciador de vida. Se nunca
perdêssemos de vista esse lugar central que o repouso ocupa
em nossas vidas, nós nos manteríamos jovens. Visto sob
essa luz, o repouso não é um privilégio, mas uma virtude. Não é
privilégio de alguns, que podem dar-se ao luxo de tomar um tempo
para si, mas a virtude de todos os que se dispõem a dar
tempo àquilo que toma tempo – dar o tempo que cada tarefa
verdadeiramente requer.
- David Steindl-Rast,
Gratefulness, the heart of prayer
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